Dicas de Joanesburgo: embarcando no tour do red bus

Sem saber muito para onde ir em Joanesburgo, acabei fazendo o tour do ‘red bus’ do City Sightseeing. Só que nem tudo rolou como o esperado.

Joanesburgo ainda não tem um transporte público no nível de Cape Town. Por isso, achei que o red bus seria uma forma garantida de conhecer alguma coisa daquela cidade enorme. A existência de um tour pelo megabairro de Soweto também pesou muito na minha escolha.

O roteiro

Joburg é chamada de “City of Gold”. E também é uma das mais arborizadas do mundo. Entretanto, o roteiro do red bus pela cidade verde e dourada prioriza o cinza. O foco é a área central.

Com meia hora de tour, pensei: “caramba, só tô tirando foto de prédio!”

Outra constatação, até meio óbvia, é a velocidade do passeio. Lenta. Trânsito pesado. Como em qualquer grande centro urbano em dia útil e horário comercial.

Já as paradas misturam história com lugares não tão interessantes. Na primeira metade do roteiro, por exemplo, pulei o Carlton Centre (prédio mais alto da África) e o Museu dos Transportes. A seguinte era o cassino Gold Reef City, onde é feita a transferência para o tour de Soweto.

A segunda metade, no entanto, é mais eclética. Há locais importantes no lado histórico (Museu do Apartheid, Constitution Hill) e um pouco de entretenimento (World of Beer e o bairro de Braamfontein).

O plano

Como estava hospedado em Maboneng, fui de Uber até a estação de trem Park. É onde fica a base do City Sightseeing, ponto de partida do tour. Ela fica logo na entrada, bem fácil de achar.

O passeio começou por volta das 10h30, dando várias voltas pelo Centro. Passamos por lugares como a Gandhi Square e a Suprema Corte. Apesar do ritmo lento em meio ao trânsito congestionado, é bom para ver um pouco da vida comum na cidade.

Após pular o Carlton Centre e o Museu dos Transportes, cheguei ao cassino. Enquanto a van não chegava, fiquei pensando nos passos seguintes: Museu do Apartheid, almoço no shopping, World of Beer e mais alguma parada histórica, havendo tempo.

Soweto

O problema começou naquela espera pela van de Soweto. Ela se atrasou. E não foi pouco. Quase 1h. Só partimos perto do meio-dia.

Também foi naquela hora que me dei conta que caíra num daqueles tours “vapt-vupt”. Afinal, eram paradas de dois a três minutos, o que não dá pra conhecer nada direito. Para lembrar do que vi, precisei consultar o site do ônibus vermelho

O roteiro começa pelo FNB Stadium, palco da final da Copa do Mundo de 2010. Não consegui nem tirar uma foto boa com o estádio de Nasrec – tecnicamente, ainda não é Soweto.

A arena tem o formato de calabash, uma cumbuca de beber cerveja. O guia explicou que a parte branca no topo simula a espuma. Detalhe interessante. Mas, só o vi da janela da van em movimento.

Já as Orlando Towers são vistas de longe, na parada junto à placa de “bem-vindo a Soweto”.

A correria alucinada segue até o Hector Pieterson Memorial, local que lembra o jovem morto durante um protesto em 1976.

Quase no final daquelas 2h de tour, quando já estava azul de fome, a van chegou à Vilakazi Street, vendida como “a única rua do mundo na qual moraram dois vencedores do Nobel da Paz”, Nelson Mandela e Desmond Tutu.

Desnecessário dizer que a parada foi curta. Tempo para umas fotos da fachada da casa do Mandela e só.

Aquele Soweto Tour só não foi uma tragédia completa porque, querendo ou não, você aprende alguma coisa. Achei interessante quando o guia falou dos gestos que as pessoas fazem para as vans, sinalizando seus destinos. Quem vai para a township de Orange Farm, por exemplo, posiciona a mão como se segurasse uma laranja.

Valeu a pena? Não. Recomendo fortemente que você procure outro tour para conhecer Soweto. Talvez os promovidos pelo Lebo’s Backpackers sejam bem mais interessantes.

O resto

De volta ao cassino, o tempo era um problema para mim. Não queria voltar muito tarde ao ponto inicial, com receio de encontrar o lugar deserto.

Além disso, como estava sem internet no celular, não poderia pedir um Uber para voltar ao hostel. Dependia do ônibus vermelho para voltar à estação Park, onde pegaria um dos lamentáveis táxis de rua de Joanesburgo.

Por isso, só passei pelo Museu do Apartheid antes de encerrar meu “expediente”. Foi uma visita rápida. Estava exausto e faminto, e aquela aula de história foi meio pesada pra acompanhar.

Serviço

– Os tours do red bus funcionam todos os dias, a partir das 9h. Em feriados e finais de semana, começam às 9h50.

– É possível comprar o ingresso na bilheteria da base deles, a estação Park, ou dentro do ônibus.

– Há desconto para quem compra online. Outra vantagem de quem adquire o ingresso pelo site é o estacionamento gratuito na parada Constitution Hill.

– O roteiro do red bus deve mudar em 2017 com a implantação do Green Tour, que terá uma parada no Zoo Lake. Já é alguma coisa

Preços

Red City Tour (1 dia): 190 rand (adultos); 90 rand (crianças)

Red City Tour (2 dias): 290 rand (adultos); 180 rand (crianças)

Red City Tour + Soweto (1 dia): 470 rand (adultos); 220 rand (crianças)

Red City Tour + Soweto (2 dias): 570 rand (adultos); 310 rand (crianças)

Para conferir os preços dos outros tours, visite o site oficial.

Veja também:

Dica de hospedagem em Joanesburgo: Curiocity Hostel


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