Conhecer estádios está no topo das minhas listas de afazeres em viagens. Não foi diferente nas minhas passagens pela África do Sul, onde visitei alguns palcos da Copa do Mundo de 2010. E o primeiro foi o Cape Town Stadium, localizado no bairro de Green Point.
(post atualizado em 24/6/2024)
O Cabo dos ventos uivantes
Fui rápido. Logo no 11º dia de intercâmbio na Cidade do Cabo, eu já estava geladíssimo Cape Town Stadium. Trata-se do mesmo estádio que, durante a Copa de 2010, ostentava o nome do seu bairro, Green Point.
Embora eu tenha chegado na festa com 13 meses de atraso, alguns elementos permitiam que eu sentisse um pouquinho do clima do Mundial. Como era inverno, pude experimentar o frio que vi pela televisão no Mundial e na Copa das Confederações de 2009. Mas, o que deu a ignição na máquina do tempo foi a presença das vuvuzelas.
A grande lição daquele duelo entre Ajax Cape Town e Maritzburg United foi entender que, quando se trata dessas cornetas, quantidade não importa. Numa partida que recebeu menos de 3 mil pessoas, os poucos instrumentos presentes foram suficientes para fazer aquele barulho ecoar por alguns dias na minha cabeça.
Por sinal, a acústica do CT Stadium parece funcionar melhor para vuvuzelas do que para grandes shows. Naquele jogo, eu conseguia ouvir com clareza uma corneta tocada do outro lado da arquibancada. Entretanto, nas apresentações de Kaiser Chiefs e Foo Fighters, anos depois, precisei esperar alguns segundos para identificar as músicas que as bandas tocavam.
Cornetagem à parte, aquela primeira experiência num estádio “padrão Fifa” funcionou como um cartão de visitas de Cape Town. Como os principais pontos turísticos da Mother City, o local recebe um vento forte e gelado que não pode ser subestimado. Já os torcedores do Ajax mostraram os sorrisos e acolhida que os brasileiros tradicionalmente recebem naquela cidade. A simpatia era recíproca. Difícil não simpatizar com uma torcida que cabe num Fusquinha, mas é bem animada.
Nível técnico
O espectador que compra um ingresso e espera uma final de Liga dos Campeões vai levar um nó tático. Dos cinco jogos que fui na África do Sul, apenas um apresentou um nível técnico satisfatório: o confronto entre os fortes Kaizer Chiefs e Bidvest Wits, em dezembro de c2015.
O Chiefs, por sinal, é um dos poucos clubes capazes de encher estádios na África do Sul, ao lado de Orlando Pirates e Mamelodi Sundowns. Até hoje não entendi o porquê de os jogos serem tão vazios. Acho uma pena isso ser regra num campeonato aparentemente bem organizado, com muitos estádios de primeira.
Sem dúvidas, a atmosfera nas partidas sem clubes de massa costuma ser chocha, capenga, frágil e inconsistente. Para o coitado do Ajax, atuar no Cape Town Stadium é como jogar sempre fora de casa. A torcida pequena faz sua parte, e ainda conta com o reforço de turistas e estudantes estrangeiros. Todavia, aquele grande mosaico cinza, num estádio capaz de receber 55 mil pessoas, não deve ser muito estimulante para os atletas.
Talvez o grande barato dos duelos com menos apelo seja o fair play dos torcedores. Nos jogos em que compareci, cansei de avistar gente com camisas de equipes sul-africanas que não estavam em campo. E não notei nenhum sinal de tensão.
O ano que não acabou
Das Copas do Mundo que acompanhei, a da África do Sul foi a primeira que emplacou o pacote completo de branding. Todo mundo sabia o nome da bola oficial e muitos até conheciam a graça do mascote, Zakumi. As figurinhas foram a febre usual. Por sua vez, a música-tema batizou alguns álbuns de orkut e Facebook de intercambistas e viajantes na primeira metade da década de 2010.
Até hoje, qualquer fragmento daquele evento me provoca um pico de nostalgia durante as viagens ao país. O gatilho toma formas variadas. Vai desde postes com motivos futebolísticos numa cidadezinha perto do Kruger National Park até o vídeo promocional do Turismo da Cidade do Cabo, exibido no telão do Cape Town Stadium antes das partidas. Desnecessário dizer que a trilha era a música da Shakira.
Há também aqueles elementos que só um(a) viciado(a) no esporte é capaz de identificar – e achar mágico. Lembro da minha alegria ao avistar o estádio de Nelspruit numa estrada da província de Mpumalanga. Um sentimento parecido bateu recentemente, quando flagrei uma referência à Copa no Centro de Convenções de Durban. O palco da Indaba recebera o sorteio dos grupos do Mundial.
A atmosfera tardia do Mundial também é sentida nas baladas. É engraçado. O clima na pista muda nos primeiros acordes de “Waka Waka (This time for Africa)”. Algumas pessoas até fazem a coreografia do clipe. O número de “uhu’s” aumenta. Você percebe como é curioso ouvir a canção no país que sediou o evento. E é aí que ela deixa de ser a “música da Copa” e, meio que à força, vira uma das trilhas sonoras da sua viagem.
Serviço
Atualmente chamado de DHL Stadium, o estádio fica no bairro de Green Point, junto ao complexo do Waterfront, numa área mais central da cidade.
No futebol, ele é a casa do Cape Town City FC, único representante da cidade na primeira divisão. Já no rugby, quem joga por lá é o Stormers.
Além disso, o DHL Stadium recebe eventos como grandes shows e a etapa sul-africana do circuito mundial de rugby 7s.
Veja também: Como é um jogo de rugby em Cape Town
COMO CHEGAR: Ônibus MyCiti (há uma estação na frente), Uber ou a pé, caso você esteja no Centro, Sea Point, Bo-Kaap e, obviamente, Green Point. Em jogos de rugby e e grandes shows, há uma linha gratuita do ônibus MyCiti saindo dos terminais Civic Centre e Thibault Square.
SHOWS: É uma boa acompanhar a programação no site da Computicket.
VISITAS: O tour pelo DHL Stadium existia, pelo menos, até há alguns anos. Entretanto, o site oficial do estádio não está atualizado e não consegui apurar essa informação.
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