Stormers e calmaria: Indo um jogo de rugby em Cape Town

Veja como é o clima de um jogo de rugby em Cape Town

Mesmo com tantas paralisações, não é um evento entediante

Arquibancada gosta de festa, mas tem um jeito mais contido de torcer

Uma modalidade que conheço superficialmente; partidas com dois tempos de 40 minutos e cheias de interrupções; só saber o nome de, no máximo, três atletas em campo. À primeira vista, um evento com alto risco de ser uma tremenda chatice. Só que a tarde do dia 23 de março em Green Point me surpreendeu: o duelo entre DHL Stormers e Edinburgh foi divertido e, na minha primeira vez num jogo de rugby em Cape Town, esse esporte mostrou ser surpreendentemente movimentado in loco.

DHL Stormers - Rugby em Cape Town - DHL Stadium, Green Point, Cidade do Cabo

O clima na Cidade do Cabo em dia de jogo de rugby

Já fui a jogos de futebol no DHL Stadium e a movimentação causada pelo time de rugby da cidade é muito, mas muito maior. Há interdições de ruas, esquema especial de ônibus, bares cheios no pré-jogo: não tem jeito, uma partida do Stormers tem peso de grande evento.

Conforme você vai se aproximando do bairro de Green Point, onde se localiza o estádio, o número de pessoas vestidas de azul vai aumentando. Chama a atenção a quantidade de bandeirinhas. Sobre o público, reparei que há muitas famílias. E gente de todas as cores.

Chegada ao DHL Stadium. Estação do MyCiti. Jogo de rugby do Stormers da Cidade do Cabo.

Como nos grandes shows internacionais no DHL Stadium, a Prefeitura implanta um esquema especial do ônibus MyCiti. Há uma linha partindo do Civic Centre, parando na Thibault Square, que vai direto para o estádio. É um serviço gratuito e exclusivo para quem vai ao jogo, basta apresentar o ingresso ao embarcar em um desses dois terminais.

E foi essa a forma que escolhi para chegar ao DHL Stadium. Peguei uma linha normal da Kloof Street até o Civic Centre e fiz a baldeação para o chamado “shuttle”. Meu ônibus estava cheio, mas não lotou, e o trajeto demorou menos de dez minutos. Na chegada à estação Stadium, você sente mais o clima de jogo, com aquela caminhada das pessoas usando as mesmas cores. É uma atmosfera festiva, mas quase silenciosa, já que não se ouvem gritos de torcida.

Veja também:

Agenda dos jogos de rugby em Cape Town

Jogo de rugby em Cape Town: chegada ao estádio

A entrada é tranquila e bem organizada, consequência do tal Padrão Fifa do estádio construído para a Copa do Mundo de 2010. A enorme área aberta é bem aproveitada, já que não faltam opções pra comer e beber. São vários food trucks e há uma generosa praça de alimentação.

O lugar também é palco de ativações de marca. É o caso da rede de lanchonetes natureba Kauai. Tiramos uma foto com seu mascote, um copo laranja de smoothie, e ganhamos um voucher valendo uma bebida grátis.

Também há uma loja com produtos oficiais do Stormers, como camisas e bandeiras. Ela só fica vazia enquanto a bola rola. Antes do jogo, no intervalo e após a partida, o lugar estava lotadaço.

Jogo de rugby em Cape Town. Dhl Stormers. Green Point. Cidade do Cabo.

O clima do estádio

Os assentos são numerados e isso é bem respeitado por lá. Nossos lugares na primeira fila, junto ao gramado, estavam desocupados. Quando chegamos, as equipes faziam o aquecimento, rolava uma música no sistema de som, mas nada de cantos de torcida.

Imagino que, por não ser um jogo decisivo, o estádio não tenha lotado. O anel inferior estava todo ocupado, enquanto apenas alguns setores do intermediário foram liberados. Já o superior estava vazio.

Arquibancada do DHL Stadium, Cidade do Cabo, antes do jogo de rugby do DHL Stormers de Cape Town

Como já tinha visto na rua, a bandeirinha do Stormers é quase um ítem obrigatório. E o público, bem variado, contava também com várias equipes de categorias de base de rugby, todos uniformizados com seus respectivos agasalhos.

Faltando dez minutos pro início, as cheerleaders do Stormers e o grupo liderado pelo coreógrafo Wiaan Laing fizeram uma batalha de dança. São os mesmos artistas que viralizaram há alguns anos com uma coreografia de “Single Ladies”, da Beyoncé.

Na sequência, foi anunciada a escalação do time da casa, mas senti falta dos nomes dos atletas no telão. Por isso, não consegui identificar direito os jogadores que receberam mais aplausos da plateia.

A atmosfera da arquibancada durante o jogo

Não há muito espaço entre cada ato. Do nada, o locutor anuncia a entrada em campo das equipes e há uma queima de fogos no centro do gramado. A plateia fez barulho, mas se silenciou com o início do jogo. É realmente um jeito diferente de se torcer, sem julgamentos.

A atmosfera é mais fria que em outros esportes. Há muito silêncio. Por outro lado, quem trabalha muito é o DJ, que solta um “We will rock you” e uns “eô eôs” a cada interrupção, como nos jogos da NBA e vôlei de praia. Os torcedores respondem a essas intervenções e, pouco a pouco, a arquibancada ganha um pouco mais de vida.

Entrada do DHL Stormers da Cidade do Cabo. Jogo de rugby no DHL Stadium de Cape Town.

Os fãs do Stormers vibram quando se ganha uma dividida e se levantam a cada try – o “gol” do rugby”. É curioso como o público vai ficando mais disperso e alheio ao que rola dentro de campo. É aí que começam as várias tentativas de se puxar uma ola e esse passa a ser grande foco da arquibancada até o final.

Tirando alguns gritos de “Yeah, we go, Stormers! Let’s go”, só aos 62 minutos começou algo parecido com um canto de torcida. Só que era um pequeno grupo uniformizado, provavelmente uma daquelas equipes locais de rugby.

Jogo de rugby em Cape Town é festa e tá tudo bem

A sensação é que o tempo passa bem mais rápido do que quando assisto a um jogo de rugby pela televisão. E a partida em si até que foi bem movimentada, com as duas equipes empilhando tries. O Stormers construiu uma boa vantagem e a manteve até o final, garantindo uma vitória importante no United Rugby Championship.

Mesmo com tanta ação no gramado, a torcida priorizava o que estava fora de campo. Esse estilo, ainda que mais contido que em outros esportes, ganhou pontos comigo por dar ao evento um clima pacífico e mais leve. A grande diversão do público é tentar aparecer no telão, tirar selfies com mascotes dos patrocinadores e animadoras de torcida (que se aproximam da arquibancada para essas fotos), além, claro, de puxar/fazer uma ola.

Não vejo isso como algo negativo. Pelo contrário, achei essa atmosfera um bom cartão de visitas para quem não conhecia o rugby, além de tornar a experiência agradável até pra quem não sabe as regras desse esporte.

Animadoras de torcida do DHL Stormers durante jogo de rugby na Cidade do Cabo, África do Sul

Após o apito final, alguns torcedores desceram até perto dos acessos ao gramado. A maioria era formada pelo grupo que puxou cantos de torcida no segundo tempo. Ali, eles voltaram a cantar e começaram a chamar os jogadores do Stormers. Alguns atletas se aproximaram da arquibancada e atenderam aos pedidos de selfies.

Na saída para a rua, o clima de paz é mantido. É é tanta paz, tanta tranquilidade, que algumas pessoas caminham distraidamente até o portão e nem percebem que estão com um copo de cerveja na mão. Ali, são paradas pelos seguranças: devem terminar de beber dentro do estádio ou descartar a bebida. Afinal, é proibido consumir álcool em lugares públicos na África do Sul.

Serviço

Ingressos

Os ingressos para os jogos do Stormers são vendidos pelo site Ticketpro. Para acessá-lo do Brasil, é preciso de um VPN. Também há pontos de venda nos supermercados Spar e postos de gasolina Sasol. Achei os preços baixos: meu ingresso custou 100 rand.

Como chegar

O serviço de ônibus MyCiti tem uma linha gratuita partindo dos terminais Thibault Square e Civic Centre. Basta apresentar o ingresso. É a melhor opção para quem está em bairros como Gardens, Centro e Bo-Kaap. Para quem vem dos lados de Sea Point e Camps Bay, o Uber é uma boa opção.


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