- O Victoria Street Market é figura fácil nas listas estilo “o que fazer” em Durban. À primeira vista, é um lugar pequeno, meio caidinho. A exceção é a vibrante lojinha do Buddy, o personagem mais interessante que conheci na viagem de maio/2017.
- A variedade de especiarias na loja Madari & Sons, no Victoria Street Market, é um perigo para quem precisa administrar o peso da mala na volta.
(post atualizado em 7/8/2019)

Eu já estava perto da saída, pronto pra voltar à van. Antes, havia feito um passeio rápido pelos dois andares do acanhado Victoria Street Market sem me encantar com nada. Enquanto aguardava o resto do grupo, resolvi entrar na loja onde alguns dos companheiros de viagem compravam especiarias. Queria apenas fazer algumas fotos; 15 minutos depois, saí com um vídeo gravado, três potes numa sacola (cúrcuma, peri-peri e Delhi Delight medium) e 90 rand a menos no bolso.

O que aconteceu naqueles 15 minutos
O que aconteceu? O fenômeno Buddy Madari. Pense em um daqueles comerciantes que possuem o dom de vender. É um approach diferente do pessoal da Greenmarket Square, de Cape Town, por exemplo. Dono da Madari & Sons e de um carisma notável, ele não para de falar. Quando você percebe, já está no meio de uma conversa que envolve todos os presentes na loja.

O assunto sempre tem a ver com as inúmeras especiarias disponíveis no estabelecimento. Tanto as do balcão principal – dispostas em grandes vasilhas – quanto as misturas já prontas, dentro de potes exibidos nas prateleiras.
Como jornalista, presto muita atenção nas táticas que as pessoas usam para se comunicar. Por isso, fiquei encantado com o Buddy. Além de todo o conhecimento sobre os produtos que vende (o que é, para que serve, como preparar), ele sabe os nomes das especiarias em português, francês e alemão, por exemplo. Um monstro.

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Depois de comprar três potes de especiarias, gravei um vídeo dele. Pedi para que falasse um pouco sobre a base do curry – uma das várias coisas interessantes que aprendi naquela loja. Daí pra frente, foi só apertar o “rec” e deixar o homem falar. Um talento natural. Confira o vídeo.

Arredores do Victoria Street Market
A rua do mercado não é um dos lugares mais fotogênicos de Durban. É feia e caótica. Entretanto, para quem gosta de andar na calçada pra “sentir” uma cidade, é perfeita.
Antes de ir ao Market, o grupo se dividiu. Uma parte foi para uma das várias mesquitas da região. Eu optei por andar pelo quarteirão mesmo, ver vitrines e movimento.
Segundo Thamsanqa, nosso guia durante os dias de Indaba, aquela parte da cidade era reservada aos negros e descendentes de asiáticos na época de apartheid. Seu acesso era vetado em regiões “mais nobres”. Curiosamente, naquele dia, não vi nenhum branco andando por ali.

No meu curto passeio pela Victoria Street e no caminho de volta para nosso hotel, achei legal ver o movimento normal daquela parte de Durban. Era algo diferente da atmosfera “Barra da Tijuca” da sua bela orla. Ainda consegui conferir um pouco da apresentação de uma artista de rua, que dançava hip hop diante de uma multidão, perto do terminal de vans.
Naquele horário, perto das 17h, a maioria das lojas já estava fechada, mas as calçadas seguiam cheias de gente. Motivo: vendedores ambulantes espalhavam suas mercadorias no chão, criando um verdadeiro mercadão de happy hour no qual o pessoal seguia comprando.

Vale lembrar que não me senti inseguro em nenhum momento. Claro que a melanina pode ter ajudado a me “camuflar” durante o passeio. No entanto, por ser um centrinho bem movimentado, é só ter os mesmos cuidados de sempre, necessários em qualquer lugar.
O blog viajou em maio/2017 a convite do Turismo Oficial da África do Sul e da South African Airways
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