- Depois de dez anos, voltei a fazer um safári no Kruger National Park
- Experiência superou a de 2014, que já fora espetacular
Fiz alguns safáris na África do Sul nos últimos dez anos. Fui na reserva Botlierskop em 2015 e no Hluhluwe iMfolozi Park em 2017, mas a referência sempre era o Kruger National Park – meu primeiro, em 2014. Finalmente, em março de 2024, retornei ao parque da minha “estreia” e posso concluir: até dá pra fazer um excelente safári sem passar pelo Kruger, mas ele merece ser seriamente considerado.
O que torna esse lugar diferente dos outros que conheci é a quantidade absurda de animais. Suas dimensões exageradas – a mesma área do estado de Sergipe – dão à sua experiência um toque maior de loteria, fazendo com que se dependa mais da sorte. Entretanto, é garantido que você verá algo extraordinário. Aliás, não acho exagero considerar extraordinário tudo que se consegue avistar num parque do tamanho de Sergipe.
Em 2024, fiz game drives numa reserva privada – a Moditlo Private Reserve – e no Kruger, e acho que essa junção é uma ótima opção. Você tem acesso ao melhor de dois mundos e volta de viagem com a bagagem entupida de grandes momentos e memórias.
Veja também:
- Safári na reserva privada Moditlo
- Safari Moon, o “lodge do Tom Cruise”
- [VÍDEO] Safári no Kruger National Park (2024)
Safári no Kruger: no roteiro
Na viagem de 2024, o safári no Kruger estava incluído no pacote de três dias que contratei junto à agência MoAfrika. Custando 24 mil rand para duas pessoas, ele ainda contava com dois game drives na reserva Moditlo, hospedagem em Hoedspruit e o transporte a partir de Joanesburgo.
Confira o post sobre o aeroporto de Joanesburgo e veja como encontrar o ponto das vans.
Sites úteis para quem vai ao Kruger National Park:
Indo para o safári no Kruger
Estávamos hospedados no lodge Safari Moon, na cidade de Hoedspruit. Na véspera, um sábado, demos o pontapé inicial nos safáris na reserva Moditlo, experiência que foi tema de um post aqui do site. No domingo, a programação era passar o dia inteiro no Kruger.
O ranger Lambs, da agência MoAfrika, nos buscou pontualmente às 5h de uma manhã fria, de chuva fina e ainda sem a luz do dia. Como o Safari Moon fica dentro de uma reserva, a Hoedspruit Wildlife Estate, vimos alguns animais no caminho até o portão. Passamos por coelhos, waterbucks, mas nenhum leopardo, infelizmente.
O trajeto até o portão Orpen, do Kruger, durou cerca de 1 hora e boa parte dele foi feito na estrada que marca a divisa entre as províncias de Limpopo e Mpumalanga. Nesse caminho, passamos pelos acessos a alguns lugares que sigo no Instagram, como os lodges AM e Timbavati.
Antes de o game drive começar, preenchemos fichas de cadastro de visitantes – algo normal em parques nacionais – e elas foram entregues na recepção. Por sinal, esse é um momento que você precisa aproveitar para ir ao banheiro. Dali pra frente, só os animais podem marcar território.
Pouco depois de entrarmos na área de game drives, o extraordinário já deu as caras. Vimos um grupo de cachorros selvagens cercando e atiçando um solitário gnu. Uma cena típica de documentários. Entretanto, a caça não se concretizou e o grupo seguiu pela estrada.
Safári no Kruger: buscando conhecimento
Uma coisa que gosto em safáris é a quantidade de informação que você recebe, o tanto que você aprende a cada game drive. Exemplo: Lambs nos explicou que um trecho estava repleto de fezes por causa da presença de búfalos, durante a madrugada. Eles dormem no asfalto porque essa superfície preserva um pouco do aquecimento feito pelo sol durante o dia.
Fezes, aliás, são um assunto obrigatório no safári. Afinal, são pistas muito eficientes para a localização dos animais pelos rangers.
Cenas de cinema
Se o momento dos cachorros selvagens foi coisa de documentário, o que vi minutos depois foi digno de premiações de cinema. Dezenas de impalas, zebras e gnus juntos, formando uma imagem de emocionar. Existe uma colaboração entre essas espécies. Juntos, podem combinar suas habilidades e sentidos e, assim, formam uma rede de apoio e proteção contra predadores.
“Nós trabalhamos com informação, pois o Kruger é muito grande”, contou Lambs, sempre atento ao rádio e parando para conversar com rangers que passavam em outros veículos. Foi assim que ele chegou ao local em que dois leões acasalavam.
O ato ocorre dezenas de vezes por dia e demora apenas alguns segundos. Tendo paciência e esperando – assim como o macho aguarda a disposição da leoa -, é possível flagrar o momento do acasalamento.
A sorte estava ao nosso lado naquele dia pois, algumas horas depois, achamos outro casal apaixonado. Dessa vez, a espera foi de cerca de 40 minutos. O bom é que muitos veículos que estavam por ali, todos de self-drive (o safári por conta própria), desistiram. E assim, conseguimos acompanhar de camarote essa hora decisiva do ciclo da vida.
Refeições
A primeira parada foi na parte da manhã, em um local do parque que tinha até uns banheiros simples. Outros grupos também pararam por lá. Havia até uma verdadeira comitiva de brasileiros, cujo lodge preparou uma mesa gigante.
Já o nosso lanche teve sucos e quitutes fornecidos pelo Safari Moon, que entregou um cooler ao ranger quando ele foi nos buscar no lodge.
Mais tarde, no almoço, paramos no camp Satara. Por ser uma parte do parque com hospedagem e serviços, a estrutura é boa. Ali, almoçamos em um restaurante e nossa mesa estava cercada pelo blue-eared starling, a ave mais bonita do mundo. Safári no Kruger é assim: não há passarinhos comuns.
As grandes famílias
Quando deixamos aquele espaço do café da manhã, avistamos elefantes. Talvez tenha sido minha hora favorita, pois eles são o meu xodó da savana. E não foi qualquer encontro. Vimos uma enorme manada bebendo água em um poço, o “waterhole”. Na sequência, foram todos caminhando em fila, seguindo a matriarca.
Nosso ranger dirigiu por mais alguns metros e conseguimos flagrar o momento em que a família atravessava a estrada. É o tipo de imagem que amo registrar.
Se não bastasse toda aquela emoção, vimos outra enorme manada de elefantes perto dali.
Momentos assim me fizeram perceber que um dos diferenciais do safári no Kruger é a quantidade de animais. Foi assim com os elefantes e até com as zebras (naquele dia, acredito ter visto mais de 300). Avistar um casal de leões acasalando também não é lá muito fácil, imagine encontrar dois. No mesmo dia. Em um espaço de poucas horas.
Despedida
Pra fechar com chave de ouro, a parte final do game drive nos presenteou com um lago repleto de hipopótamos. Foi a primeira vez que eu vi esse animal. De quebra, a água ainda abrigava alguns filhotes de crocodilo.
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Um forte e fraterno abraço.
Olá, Luis. Como falei no texto, esse meu pacote de safári para duas pessoas saiu por 24 mil rand. Para ver detalhes e mais opções, sugiro os sites das agências Moafrika e Safari.com.