Após as idas e vindas depois de Durban, acabei chegando em Coffee Bay. Só que a estadia na cidade durou bem menos do que eu planejava.
O post sobre Coffee Bay não vai ser muito longo. Finalmente, dei uma chance à cidade que todo mundo dizia amar. No entanto, não tive muita sorte. Foram menos de 24h ali.
A ESTRADA PARA COFFEE BAY
Para chegar em Coffee Bay, é preciso ir até um posto de gasolina em Mthatha, onde a van do hostel busca você. É o mesmo esquema de Port St. Johns, outra cidade na Wild Coast e também localizada a uns 100 km do ponto de encontro.
A estrada para CB é ainda pior que a de PSJ. Muito mais buracos e animais na pista. Dei sorte por não estar dirigindo ali.
O HOSTEL E O BÚFALO
Chegamos ao Coffee Shack por volta das 17h e fizemos um tour pelas instalações do hostel. É praticamente um resort na beira da praia, contrastando com a paisagem de pobreza da vizinhança. Não tem nem asfalto nas ruas.
Conhecemos a parte principal – onde fica a recepção – e a do outro lado do rio, na qual fica o resto das acomodações. São dormitórios em casinhas redondas. Já os banheiros são coletivos e ficam do lado de fora.

Atravessamos o rio novamente, ganhamos uma cerveja grátis no bar, e fomos informados de que só se pode beber segurando a garrafa com a mão esquerda – a Regra do Búfalo. Caso contrário, você tem que virar. Uma amiga já havia me falado disso, mas, ali achei um negócio meio mongol.
Ah, e quando falo “atravessar o rio” é no sentido literal. Não há ponte. É preciso andar de margem a margem, não importa se é maré cheia – o que não cheguei a pegar.

CHEGADAS E PARTIDAS
Não foi por causa do rio, mas nunca me senti realmente confortável em Coffee Bay. Todas as opções de atividade envolviam trilhas e eu estava completamente sem energia após tanta estrada, além da trilha e corrida em PSJ na véspera.
Logo, quando fui reservar meu lugar no Baz Bus naquela quarta-feira, não hesitei em partir na manhã seguinte. Devido aos horários de circulação dele, eu só tinha duas opções: sair na quinta-feira ou esperar até sábado.
Depois das questões burocráticas, veio o jantar, um prato típico bem servido. Não posso reclamar de fome.
Felizmente, não estava sozinho naquele hostel. Encontrei as duas alemãs de PSJ, que também não estavam curtindo muito. Tudo fica mais suportável quando se tem companhia, e a espera para sair da cidade não foi tão chata.
O MOTIVO PARA ESTAR ALI
Na manhã da partida, finalmente consegui me sentir bem. Após o café, conversei longamente com um coroa canadense, que estava de ressaca e tinha acabado de tropeçar na travessia do rio. Acabou sendo o papo mais marcante de toda a viagem.
Falamos muito de África do Sul (“o 44º país que conheci”), skydive (“faça isso! É um negócio extremo, diferente de tudo, realmente vale a pena”), entre outras coisas. O que marcou mesmo foi o que ele revelou sobre a vida profissional.
“Eu trabalhava em um banco, ocupando um alto cargo. Recebi uma promoção, mas recusei. Pedi demissão. Não era a vida que eu queria. E fui morar no Vietnã por dois anos”, contou.
Pronto. Ali, Coffee Bay se redimiu.
HOSPEDAGEM: COFFEE SHACK (site)
Não houve muita química. Não curti o suficiente para ficar mais dois dias. Se conhecesse gente legal rapidamente, a história seria diferente.

PONTOS POSITIVOS 🙂
Staff: Uma das moças da recepção deu um show. Muito ágil, agendou todo meu esquema do Baz Bus e ainda conseguiu um lugar no concorrido Island Vibe de Jeffreys Bay.
– Agora, vamos ver Jeffreys Bay. Já tem hospedagem lá?
– Sim, no Ubuntu.
– Por que não fica no Island Vibe?
– Até tentei, mas não tinha vaga.
– Nada disso, você vai pro Island Vibe!
– Não tem problema cancelar assim, em cima da hora?
– Que nada! Você vai pro Island Vibe.
E fui pro Island Vibe.
Golfinhos: Depois do check-in, deitei no quarto e olhei para o mar ao mesmo tempo. E aí, vi golfinhos surfando. Nem todo dia é totalmente trágico numa viagem. Sempre tem algo bom.
Banheiros: Ficam fora do quarto, mas são espaçosos, com vários chuveiros. Água quente? Tem!
Jantar e café: Pagos, mas muito bons. Lembre-se de botar seu nome na lista do jantar.

Atividades: Trilhas para por do sol, Hole in the Wall, entre outros lugares. Há várias opções, mas é preciso ter disposição.
Wi-fi: Gratuito. Funciona melhor no lado do rio em que ficam bar e recepção. Senha: happydayz.
Surf: Uma amiga me disse que aluguel de pranchas e aulas de surf são bem mais baratos que em Jeffreys Bay.
PONTOS NEGATIVOS :/
Staff: A outra moça da recepção quase estragou toda minha reserva do Baz Bus antes de eu sair. Fique atento com suas solicitações.
Overbooking nos quartos: Botaram mais pessoas do que camas no meu quarto. De madrugada, entrou um cara e tinha alguém dormindo no seu lugar. Não teve barraco, mas ele acabou passando a noite com uma garota, sentado em um banco à frente da casinha. Pensando bem…
Localização I: É a questão dos hostels “de praia” e isolados do centro (não sei se CB tem um Centro): se você chega sem algo pra comer e não tem nada na mochila, fica dependendo das refeições oferecidas pelo albergue. Foi assim com o café e o jantar. No fim da viagem, você soma tudo que gastou com isso e sente a facada.
Localização II: A comunidade local tem acesso livre, fica circulando pelo hostel. É a chance de ganharem gorjetas/doações, tudo bem. O outro lado da moeda é que, quem anda nas áreas fora dos portões, costuma ser abordado gente oferecendo droga.