Safári na África do Sul: Hospedagem no Safari Moon

A grande surpresa da viagem de 2024 foi a hospedagem no safári na África do Sul. Afinal, fiquei no lodge de luxo Safari Moon, em Hoedspruit, porque um raio caiu no hotel que eu originalmente reservara.

Joanesburgo, sábado, 6:57 da manhã. Antes de fechar a porta da van, o motorista Elvis comunica a um casal de espanhóis que vai deixá-los em algum lugar do Kruger National Park. Depois, ele se vira para Camila e eu: “Antes, vou deixar vocês no Safari Moon, em Hoedspruit. A viagem até lá dura 6h e faremos duas paradas.”

– É que a gente vai pro Radisson – expliquei, depois de não entender direito o nome do hotel que ele falara.

– Vocês vão para o Safari Moon, é um ótimo lugar. Um raio atingiu o Radisson e eles estão sem luz – disse Elvis, confirmando a realocação.

Traduzi a novidade pra Camila, que ficou apreensiva, com medo de seu primeiro safári na África do Sul ter virado um fiasco. Assim que a van partiu, mandei uma mensagem pra Flávia Máximo, comunicando a mudança de planos. Ela estava online e respondeu que nunca se hospedou lá, mas gostava do lugar. Pra mim, já foi suficiente. Relaxei.

Entrei no Instagram do Safari Moon e me deparei com instalações de luxo. Muito luxo. E mostrei pra Camila: “Olha isso… O Tom Cruise ficou nesse lugar”.

Índice

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Como (não) reservei o hotel do Tom Cruise

Contei com a ajuda da espetacular Flávia Máximo para reservar um pacote de safári na África do Sul com a agência Mo Afrika. Seriam dois game drives na reserva Moditlo, em Hoedspruit, e um no Kruger National Park. Também estavam incluídos o transporte a partir de Joanesburgo e duas noites no hotel Radisson Safari.

Acho muito chato reservar safári. Por isso, prefiro fechar um pacote assim e já resolver tudo de uma vez (transporte, safáris, hospedagem). Chegando no destino, a única preocupação é procurar pelos leopardos.

Outra vantagem é a segurança diante de imprevistos. Tudo bem que a Mo Afrika poderia ter enviado um e-mail avisando, mas gostei da proatividade em nos realocar em outro hotel.

A chegada

Durante aqueles três dias de safári na África do Sul, a cabeça travou uma luta contra a síndrome do impostor. Em vários momentos no Safari Moon, batia a dúvida: “será que a Mo Afrika se enganou?”, “Isso tá acontecendo mesmo?”

Isso começou já na calorosa recepção da gerente Brenda naquela manhã de sábado. Usando um belo vestido com estampa de leopardo (como todo o staff), nos recebeu com uma simpatia absurda – a mesma que reservou ao ator Frankie Muniz (“Malcolm in the Middle”) e sua entourage na tarde do dia seguinte.

O tratamento de estrela seguiu quando nos ofereceu bebidas de boas-vindas, um chá gelado caseiro. Na sequência, nos acompanhou até a suíte, para fazer um tour à la Augusto Braga.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Safari Moon: A suíte Porcupine

A suíte Porcupine era uma casinha, bem ao lado da recepção. Era impossível adivinhar o que veríamos atrás da porta. Brenda, então, nos mostrou a banheira, o lavabo, chuveiros interno e externo. “As pantufas são para vocês, podem levar pra casa”, disse.

O ambiente seguinte tinha a cama tamanho reinado (porque king é pouco), um frigobar abastecido com água, além de uma mesinha com licor, taças e velas aromáticas.

– Eu tenho uma surpresa pra vocês – anunciou, enquanto abria uma cortina.

– Uma piscina exclusiva – completou.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul
Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Hospedagem no safári com capricho

Eu não entendo muito de decoração, mas percebi uma atenção aos detalhes nessa suíte e em tudo no Safari Moon. Folhinhas de uma árvore do jardim do lodge foram colocadas na bandeja com chaleira e cafeteira, nas bancadas e até na toalha dobrada em forma de elefante. O cartão de boas-vindas foi mais um toque de capricho.

Enquanto a almofada em uma cadeira tinha estampada a figura de um porco-espinho (o porcupine que dá nome à suíte), as da cama tinham estampa de leopardo – animal que aparece na logo do Safari Moon. Já os vasos decorativos vermelhos espalhados pelo quarto combinavam com um grande quadro na parede.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Já a área da piscina contava com duas espreguiçadeiras e a cerca não é totalmente fechada. À noite, eu ficava observando, da cama, a parte aberta, na expectativa de ver algum bicho.

No segundo dia, a Camila até deu um mergulho rápido depois que escureceu. Ali, foi a minha vez de ficar apreensivo. Umas 2h depois, quando chegamos para o jantar, Brenda nos contou que, momentos antes, uma hiena passara perto da nossa piscina.

Estrutura

O Safari Moon oferece um bom w-ifi, mas não tem spa, sauna, essas comodidades extras encontradas em lodges de luxo. Não há televisão nas suítes – aliás, a única tv do lugar fica entre a cozinha e a recepção. E nada disso faz falta.

Até porque, quem se hospeda ali vive em função da programação dos safáris e não costuma ter tempo para aproveitar outras experiências. Você dorme cedo, acorda cedo, passa o dia fora, janta cedo..

O hóspede acaba ficando pouco tempo no Safari Moon, e nesses espaços curtos não cansa de ser bem atendido.

Um exemplo é a cozinha aberta, que prepara as refeições na hora. É desses lugares em que o chef vem até a sua mesa para falar as opções disponíveis do café da manhã ou perguntar se estava tudo certo com o jantar.

Kruger National Park, África do Sul

Voltando a falar de capricho: nas duas manhãs em que motoristas da Mo Afrika nos buscaram para os safáris, o Safari Moon entregou a eles uma cesta com comidinhas e bebidinhas para lancharmos durante o game drive. As garrafas de suco ainda tinham a logo do lodge.

Almoço sem… cardápio?

Depois do check-in, tomamos um banho de piscina e nos arrumamos. O almoço seria por volta de 13h, e às 15h, sairíamos para o primeiro safári. Saí primeiro, queria perguntar como era o esquema da refeição.

A maravilhosa Conny me explicou que não havia cardápio. O chef – esse do almoço não me recordo o nome – já havia preparado tudo.

O prato “surpresa” era uma massa com pedaços de ribeye (costela bovina). Certamente, a melhor carne com macarrão que já comi.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Café da manhã

O único café da manhã que tomamos no Safari Moon foi no último dia, depois que voltamos do segundo game drive na Moditlo. Para começo de conversa, trazem uma tábua com croissants, iogurtes, cereais e muitas frutas. Para beber, escolhi um suco de laranja, enquanto a Camila foi de chá de rooibos, o típico da África do Sul.

Se fosse só isso eu já estaria feliz. Entretanto, o chef Anthony veio perguntar o que queríamos para o “prato principal”. Escolhi o English Breakfast com ovos mexidos, acompanhado de linguiça, tomate e shimeji. Camila, por sua vez, optou por torradas com ovos poché.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Na sequência, fizemos o check-out e, antes de a van nos levar para Joanesburgo, nos deram um lanchinho numa sacola com a logo deles e um cartão de visitas grampeado. Detalhes e capricho que tornam a despedida dolorosa.

Jantares

O jantar da primeira noite foi na parte coberta, junto da recepção. Não lembro das opções do cardápio, mas comecei com a melhor sopa de legumes da vida. Até hoje, tento reproduzir aquela explosão de sabores quando cozinho minhas sopinhas no inverno carioca.

Meu prato principal foi uma massa com sementes, e a Camila escolheu uma espécie de medalhão (talvez de springbok) com aspargos.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul
Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul
Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Na segunda noite, o jantar aconteceu no deck, sob as estrelas e com luzes de velas. Ainda tivemos a companhia de um kudu, que pastou na vegetação atrás da cerca.

Como estava bem escuro, não reconheci nossos pratos nas fotos. É possível que o meu tenha sido uma carne de avestruz.

Localização

O Safari Moon se localiza em Hoedspruit, um nome que você deve ler e ouvir muito ao pesquisar sobre safári na África do Sul. Foi a minha primeira vez nessa cidade. Percebi que ela é uma espécie de capital das reservas privadas. É lá que ficam a Moditlo e outras famosas como a Kapama, muito popular entre os viajantes brasileiros.

O lodge, por sua vez, fica dentro da reserva privada Hoedspruit Wildlife Estate. Ela tem uma parte repleta de vida selvagem – na qual não cheguei a ir – e uma que parece um condomínio, onde ficam hospedagens e residências.

Safari Moon - Hoedspruit, África do Sul

Logo na entrada há uma placa enorme alertando para a presença de leopardos e hienas. Lembro que, durante o check-in, a Brenda nos incentivou a caminhar e pedalar pela reserva durante o dia. Isso só não poderia ser feito à noite, período em que os animais estão mais ativos.

A precaução tinha motivo. Na nossa última noite, o Safari Moon postou em suas stories imagens de um leopardo caminhando tranquilamente pelo setor “condomínio” da reserva. Já nas manhãs em que saímos para os safáris antes de o sol nascer, vimos muitos waterbucks pelo caminho. Esse antílope não oferece perigo, mas faz parte do cardápio do felino mencionado anteriormente.

Safári na África do Sul: posts úteis

Serviço

Safari Moon

  • Localização:  Hoedspruit Wildlife Estate, 372 Kierieklapper St, Hoedspruit, 1380.
  • Preços: A partir de 3.300 rand/noite por pessoa (até 31/12/2024); 3.600 rand/noite por pessoa durante o ano de 2025.
  • Aceitam crianças a partir de 5 anos; entre 5 e 11 anos, cobra-se a metade da tarifa de adultos.
  • É possível agendar traslado do aeroporto de Hoedspruit, além de passeios como safáris no Kruger National Park, a rota cênica Panorama Route, entre outras atividades.
  • O Safari Moon fica a cerca de 30 minutos da reserva Moditlo, a 1h do portão Orpen do Kruger National Park e a 20 minutos do aeroporto de Hoedspruit.
  • Saiba mais no seu site oficial.

Radisson Safari Hotel

  • Localização: Estrada R527, Radisson Entrance Circle, Main Road R527.
  • Oferece transporte de/para o aeroporto de Hoedspruit.
  • Preços a partir de 1.744 rand (valor em julho/2024). Veja mais no site oficial.

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Pedro Leonardo
Pedro Leonardo

Carioca, jornalista, SA Specialist certificado pela South African Tourism.

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