Podcast Bastante Sotaque #02 – Ai, Natal!

O segundo episódio do podcast Bastante Sotaque destaca Durban, uma cidade ainda pouco visitada por viajantes brasileiros.

Podcast Bastante Sotaque também fala sobre um evento da comunidade brasileira em Pretória

O segundo episódio do podcast Bastante Sotaque fala sobre Durban. Cidade mais importante da província de KwaZulu-Natal, ela costuma ser cogitada pelos viajantes brasileiros, mas acaba sendo deixada pra uma próxima vez. Saiba algumas curiosidades sobre Durbs e veja algumas sugestões para seu roteiro.

Para quem estiver em Cape Town entre setembro e novembro, o episódio traz dicas de lugares para assistir aos jogos da Copa do Mundo de rugby.

E para quem estiver em Joanesburgo ou Pretória no próximo final de semana, o destaque é o Afrobrazilian Festival. O evento da comunidade brasileira será realizado na capital administrativa da África do Sul.

Podcast Bastante Sotaque - Ep. 02

Como ouvir o podcast Bastante Sotaque

O podcast Bastante Sotaque é publicado às terças e está disponível nas plataformas Spotify, Apple Podcasts/iTunes, Deezer, Pocket Casts, Google Podcasts e Anchor.

Posts úteis

5 ideias para seu roteiro em Durban

Durban: Visitando o píer da baleia

Dicas de Durban: Victoria Street Market

O buffet de curry do Oyster Box

Transcrição do episódio 2 do podcast Bastante Sotaque

Este é o Bastante Sotaque, o podcast que nasceu do blog sobre a África do Sul.

Molweni! Bem-vinda e bem-vindo ao episódio dois do Bastante Sotaque.

Eu sou o Pedro Leonardo e tô aqui pra falar sobre tudo que faz o brasileiro descobrir e se apaixonar pela África do Sul. Este é um podcast pra você que ama a África do Sul ou ainda não conhece o país. Pra quem já fez o passeio mais caro de helicóptero em Cape Town e pra quem rezava pra ter crédito quando passava o cartão do ônibus myciti na catraca.

No programa de hoje:

Ai, Natal: conheça um pouco sobre Durban, a principal cidade da província de kwazulu-Natal.

Supera: a África do Sul estreou com derrota na Copa do Mundo de rugby. Veja dicas de onde torcer pelos Springboks nas próximas partidas do Mundial.

Para, pensa e Pretória: a capital administrativa da África do Sul vai receber um evento brasileiríssimo no próximo sábado, 28 de setembro.

Durban e os brasileiros

Os brasileiros que viajam pela primeira vez pra África do Sul têm uma relação curiosa com Durban: pensam em incluir a cidade no roteiro de sua viagem, mandam mensagens perguntando se vale a pena, mas quase sempre deixam pra uma próxima vez.

Acredito que o principal motivo seja a distância de Durban para Joanesburgo – 560 km – e para Cape Town – 1.600 km. Como essa cidade ainda é praticamente desconhecida dos brasileiros, vou tentar apresentar o basicão.

Durban e o Natal

Começando com um pouquinho de história: Durban fica no leste da África do Sul – ou lado direito do mapa, pra facilitar. Como falei na abertura, ela é a cidade mais importante de kwazulu-Natal, província que recebeu esse nome nos anos 90. É a junção de kwazulu – lugar dos zulus – com a antiga província de Natal, o pá. E por que essa referência a Portugal? Porque Vasco da Gama avistou Durban no dia 25 de dezembro de 1497.

E por que Durban tem esse nome? Por causa dos colonizadores ingleses. Em 1835, a então Port Natal foi batizada de Durban em homenagem ao governador da Cape Colony, Benjamin D’Urban.

Durban: ideias para o roteiro

Agora que você tá se sentindo mais inteligente e ganhou mais um assunto pra compartilhar na mesa do bar, vou dar quatro ideias para seu roteiro por Durban.

Atividades na orla

Bater perna pelas ruas de Durban é bom porque você pode ter uma noção da sua mistura cultural, sobretudo a forte presença de zulus e descendentes de indianos. Nunca vou esquecer o meu voo de Joanesburgo pra lá em 2017: vi hare-krishnas, muçulmanos, muçulmanas com vários tipos de véu, brancos, negros, indianos, uma argentina e até um brasileiro – no caso, o pessoal do Bastante Sotaque.

E por que a orla? Porque caminhar e correr é de graça. Se o tempo colaborar, você ainda pode dar um mergulho nas suas praias banhadas pelo Oceano Índico. Meu amigo inglês Joe Crann foi o primeiro a me falar da temperatura da água: “Tão quente que parece uma banheira”. Como nunca dei muita sorte com o tempo em Durban, isso ficou pra uma próxima.

Caso você não se importe em atrair olhares por onde passa, pode passear pela chamada Golden Mile através de um tour de segway, aquele tipo de patinete usado por seguranças de shopping. Acredite: pilotar aquele troço é bem divertido

Victoria Street Market

Taí um pretexto pra você conhecer o centrão de Durban. Thamisanqa, guia do nosso grupo de jornalistas em 2017, me contou que não é muito comum encontrar brancos por ali. Ainda é reflexo dos anos anteriores ao período democrático, quando os negros e coloured só podiam circular em determinadas áreas.

E no meio daquelas calçadas cheias e ruas pulsando, você encontra o Victoria Street Market. O lugar em si não me encheu os olhos: cheguei lá esperando algo como o Mercadão de São Paulo. Expectativas: sempre elas.

O resto do grupo entrou numa das poucas lojas abertas. De um lado, prateleiras cheias de potes. Na bancada central, montanhas de especiarias: do amarelo da cúrcuma ao vermelho picante do piri-piri. No outro lado, pastas, mochilas e malas. Por mim, tudo bem.

Até que finalmente entrei naquela loja, mas a finalidade era ficar só nas fotos: 15 minutos depois, saí de lá com um vídeo gravado, três potes de especiarias e 90 rand a menos na carteira. O que aconteceu? O fenômeno Buddy Madari, meus amigos.

Buddy é um daqueles comerciantes que sabem tudo de vender e se comunicam muito bem. Do nada, você se vê no meio de uma conversa que envolve todo mundo na loja.

E não importa a nacionalidade do cliente: além de conhecer tudo sobre os produtos, sabe seus nomes em português, alemão, francês. Ele vende, e vende, e vende.

Copa do Mundo de rugby

Vou dar uma parada no assunto Durban e falar rapidinho de rugby. O Mundial do Japão começou agora em setembro e vai até novembro. A seleção da África do Sul, apelidada de Springboks, é uma das favoritas. Porém, ela perdeu seu primeiro jogo: deu Nova Zelândia, que venceu por 23 a 13. Como esse é o maior clássico do rugby mundial, não dá pra descartar um novo encontro na grande decisão.

Durante a Copa do Mundo de rugby, o clima na África do Sul lembra o Brasil durante a Copa do Mundo de futebol. Você vê aquela camisa verde dos Springboks pra todo lado.

Se você já está em Cape Town ou estará por lá nas próximas semanas, vou dar algumas dicas de lugares para assistir aos jogos.

O grande Marcelo Novais, que mora lá e sabe absolutamente tudo sobre turismo na África, recomendou dois pubs: Firemans Arms, ali no Centro, perto do Waterfront, e o Perseverance Tavern ou simplesmente Percy’s, que fica ali por Zonne Bloem.

A querida Larissa Cabral, rainha da Lion’s Head e princesa de Tucuruí, falou do Scary Canary, na Long Street.

E o Adriano D’Arienzo, guia brasileiro credenciado lá em Cape Town, falou da Vasco da Gama Tavern, pertinho do Cubana de Green Point. E também recomendou o Forresters Arms, no bairro de Newlands.

O próximo jogo da África do Sul será no sábado, 28 de setembro, contra a Namíbia. às 6h45 no horário de Brasília e 11h45 no horário da África do Sul.

Pra conferir as outras datas, os nomes difíceis que falei e as dicas pra comprar a camisa dos Springboks, dá uma passadinha do perfil do Instagram. Tem tudo isso no destaque sobre a Copa do Mundo de rugby.

Oyster Box

Voltando a falar de Durban, curry e olha o céu, diria Cartola. Vamos pra dica número três. O restaurante do hotel Oyster Box tem um bufê de curry que este filho-único-que-não-come-azeitona não só encarou como também curtiu. Dona Wanda não acreditaria.

O bufê sempre tem pelo menos 11 curries, incluindo opções vegetarianas. Você se serve em potes que, naturalmente, contam com plaquinhas e seus respectivos nomes. Se quiser algo menos picante, é só consultar os cozinheiros ali no balcão. O bufê é servido todos os dias, abrindo pra almoço e jantar. O preço é um pouco salgado: 450 rand, e é preciso fazer reserva.

O Oyster Box fica em Umhlanga, a 15 minutos do Centro de Durban. Pra mim, aquela área tem uma pegada meio Barra da Tijuca, com seus condomínios, hotéis, shoppings, pouca gente na calçada e praia. Se você passar por lá, um lugar interessante e no qual você pode encontrar gente com mais facilidade é o píer. Sua peculiaridade é a estrutura, que faz referência ao esqueleto de uma baleia.

Aventura em Durban

Minha última dica de Durban neste episódio é pra quem tem a cabeça mais aberta e gosta de uma aventura. Recomendo fortemente que você faça swing em Durban. Mas não é aquilo que você está pensando, ô mente suja. Swing é o pêndulo do estádio Moses Mabhida, construído para Copa do Mundo de 2010. Podcast de família, pô…

Depois de subir 352 degraus pelo arco do estádio, você pula de uma plataforma a 106m de altura. Após uma queda livre desesperadora, você tem a melhor sensação do mundo, voando sobre o gramado. No vídeo que postei lá no canal do YouTube, você pode ver como foi o meu salto em 2017 e o meu ridículo grito de desespero.

Como chegar em Durban

Pra fechar o assunto Durban: como chegar à cidade. Para quem estiver sem carro, as opções mais comuns são ônibus tipo Cometa, 1001 – que eles chamam de coach -, o Baz Bus, que vai de hostel em hostel, e avião.

As principais empresas aéreas do país voam pra lá: SAA, Mango, Kulula, Fly Safair, British.

O Aeroporto Internacional King Shaka fica em La Mercy, a 35 km do Centro de Durban. Além do Uber, você pode sair de lá usando um serviço de vans. Em 2014, peguei uma que me deixou na porta do meu hostel. Pelo menos naquela época, esse serviço custava 80 rand e as vans partiam a cada 45 minutos.

Evento em Pretória

Agora, a gente sai de Durban, pega um voo de mais ou menos uma hora, desembarca em Joanesburgo e, no próprio aeroporto, pega um trem de alta velocidade pra Pretória, a capital administrativa da África do Sul.

É que a quarta edição do Afrobrazilian Festival vai rolar no sábado, 28 de setembro, no Market @ the Sheds, no Centro de Pretória.

O texto de divulgação promete capoeira, samba, frevo, caipirinha e churrasco. A proposta do evento é apresentar um pouco da cultura de Brasil e África do Sul através da enogastronomia, esporte, dança e muito mais.

No caso da dança, o carioca Ruan Galdino me contou que dará aulas de samba e funk. Se você acompanha as minhas stories do Instagram, já deve ter visto algo do Ruan, que faz parte da legião de brasileiros da companhia de balé de Joanesburgo, a Joburg Ballet.

Os ingressos do festival custam a partir de 50 rand e podem ser comprados pelo site Quicket ou na porta, no dia do evento.

Este foi o segundo episódio do Bastante Sotaque. Obrigado por ouvir até aqui. O podcast está disponível no Spotify, Apple Podcasts/iTunes, Deezer, Pocket Casts, Google Podcasts e Anchor.

Pra saber mais sobre a África do Sul, veja o Instagram e o canal do youtube. Sem falar no blog, que tem mais de 170 posts. Fale comigo pelo e-mail podcast@bastantesotaque.com: me conta de que cidade você é, se ouviu o podcast no carro, na academia, no ônibus.

Nos vemos na próxima terça, tá certinho?

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.