Garden Route 2014 – Jeffreys Bay sem surf

Na minha jornada rumo a Cape Town, havia chegado a hora de reencontrar Jeffreys Bay. Dessa vez, fazendo tudo certo.

Tecnicamente, Jeffreys Bay não faz parte do roteiro da Garden Route – que vai de Mossel Bay a Storms River. Ainda assim, muita gente a inclui na rota.

Se na época do intercâmbio de 2011 fiz de carro, saindo de Cape Town, dessa vez cheguei lá com o Baz Bus. Como em Port Elizabeth, a segunda chance foi muito válida e acabou proporcionando alguns dos melhores momentos da viagem.

O plano era ficar três noites no hostel Island Vibe – o maior período no mesmo lugar até então. Minha amiga Clara havia recomendado muito essa atenção especial a J-Bay, e também achei que seria legal sossegar depois de tanta estrada nas semanas anteriores.

Entre as atividades, pretendia ir na cachoeira, fazer umas aulas de surfe e, quem sabe, sandboarding.

CHEGANDO NO HOSTEL

Depois de fazer o check-in, fui para o meu dormitório – logo o primeiro, ao lado da recepção. Naquele trajeto curto, senti como se estivesse na abertura de Baywatch. Uma quantidade absurda de mulheres muito bonitas andando pra lá e pra cá de biquini. Fiquei até tonto.

Já no quarto coletivo, minha cama ficava no fundo. Dela, dava pra ver e ouvir o mar. Em poucos minutos, aquele lugar já tinha me conquistado. Entendi por que ele era tão concorrido.

Onde ficar em Jeffreys Bay - Island Vibe
A vista do meu quarto no Island Vibe.

BAR

A maior parte do meu tempo em Jeffreys Bay foi gasta no bar e no jardim do Island Vibe. Na primeira noite, eu já tinha ficado amigo de umas 20 pessoas. Como estamos falando de um cara tímido, um bicho do mato no colégio, dá pra concluir que é muito fácil socializar naquele lugar.

Sempre há uma vaga na mesa de sinuca e no beer pong. Sempre há alguém legal para conversar. Por isso, não me importei com a chuva que caiu em dois dos três dias.

ATIVIDADES

Embora Jeffreys Bay seja associada ao surf, é possível ser feliz sem precisar pegar onda. Ainda bem. Machuquei meu tornozelo jogando bola no primeiro dia, o que me impediu de fazer as aulas.

Logo depois do check-in no Island Vibe, saí no tour para a cachoeira que fica numa fazenda na entrada da cidade. Tem uns cliffs, zipline e muito espaço pra nadar. Deu pra relembrar os bons momentos de Port St. Johns.

O lado ruim é o grande número de cacos de vidro pelas pedras. Claro que cortei meu dedão, mas não foi por medo do sangue na água (tubarões…) que deixei de surfar.

O que fazer em Jeffreys Bay, África do Sul
A fazenda com cachoeira e zipline em Jeffreys Bay

Voltando pro Island Vibe, já fui chamado pra um jogo de futebol (11 contra 11) num campo perto do hostel, contra um time local de garotos. É por isso que sempre levo minhas chuteiras, estou sempre preparado.

O cotejo foi divertido. Noruegueses, sul-africanos, americanos, árabes, brasileiro e franceses contra moleques de 14 anos. Mesmo com o dedão sangrando e o sol de meio-dia na cabeça, tudo corria bem. Ventava muito, e isso amenizou o calor.

ONDE COMER EM JEFFREYS BAY

A cozinha do Island Vibe manda muito bem, seja no café ou no jantar. Novamente: como fazem pizzas boas na África do Sul!

Porém, não queria ficar trancado num lugar. Precisava sair pra conhecer a cidade. A Katharina também estava por lá, em outro hostel, e marcamos de almoçar.

Tentamos ir no Kitchen Windows, recomendado por uma amiga nossa, mas tinha muita fila. Paramos no Catch of the Day, restaurante de frutos do mar tocado por uma família.

Almocei um combo de calamari, peixe e arroz, que custou impressionantes 60 rand (R$ 15).

Onde comer em Jeffreys Bay
O combo do restaurante Catch of the Day

IH, CHOVEU! TÁXI ENCOLHEU

Na hora de ir embora, chovia forte. Então, liguei pra empresa de táxi indicada pela recepção do Island Vibe.

“Infelizmente, nosso único táxi está em Port Elizabeth, sem previsão de volta”, disse a atendente.

Nessas horas, você percebe que está, de fato, em uma cidade pequena. Pedi, então, um help pro pessoal do restaurante, mas eles ouviram a mesma coisa da empresa.

Solução: ganhamos uma carona do garçom para nossos respectivos hostels. Por causa de histórias assim que aprendi a não me preocupar excessivamente durante viagens: TUDO SE RESOLVE.

BILLABONG

A maioria das tão faladas lojas outlet das marcas de surf fica no final da rua principal de Jeffreys Bay, coladinhas no Island Vibe.

Mesmo não sendo exatamente o tipo de roupa que costumo usar, fiz umas compras na Billabong. Estava quase sem nada pra vestir – botei tudo pra lavar no hostel. E precisava de uma bermuda, duas camisas e um casaco pra revezar com algumas peças que já estavam desmanchando no meio da viagem.

Não vi tanta vantagem no preço. Comprei mais pela necessidade. Vale lembrar que o Island Vibe dá um cupom de desconto da Billabong para os hóspedes.

COMÉRCIO

Já falei que Jeffreys Bay tem ares de interiorrrr. Logo, quase tudo fecha no sábado à tarde. Tive que andar uns 20 minutos pra almoçar no Ocean Basket e outros 20 pra chegar à Clicks da avenida principal, a Da Gama Road. Lá que encontrei vitamina C e material pro curativo no dedão.

HOSPEDAGEM: ISLAND VIBE BACKPACKERS (site)

O melhor hostel da minha vida. Ótimo pra socializar, cheio de atividades e com comida boa. Acordar com o barulhão do mar não tem preço.

Fuja das imitações. Fique no Island Vibe. Muitos lugares dizem ficar perto da praia, mas nem sempre é verdade. A Kat odiou o dela.

Hospedagem em Jeffreys Bay
Meu quarto no Island Vibe de Jeffreys Bay

PONTOS POSITIVOS 🙂

Bar: Típico de party hostel. Altíssimo nível de sociabilidade. Às vezes, parece uma micareta, um tentando furar o olho do outro, mas, no geral, o ambiente é espetacular.
Destaque para o café da manhã (pago) e a excelente pizza da noite.

Hospedagem em Jeffreys Bay, África do Sul
Torrada com ovos mexidos, meu café da manhã naqueles dias em J-Bay

Localização: O mar fica ali no seu nariz. Você sai por um dos portões e pisa na areia.

Atividades: Sandboard (quando o tempo permite), aulas de surf, cachoeira… E também não é ruim ficar sem fazer nada, bebendo uma cerveja no jardim, batendo um papo com as pessoas.

Serviços: Lavam roupa. Se não me engano, custa 50 rand. Me ajudou muito naquele ponto da viagem. Também têm toalha para emprestar.

Staff: Todos eficientes e gentis. Saudades, Charmaine, Ntsiko e Luba!

Banheiro: Pelo grande número de hóspedes, achei excelente. Sempre que fui, estava tudo limpo e o chuveiro tem água quente.

Quartos: Sem maiores problemas. Fiquei no dorm entre a recepção e os banheiros, o que significava barulho constante. Mas eu não estava num convento, né?

Desconto: Pra quem quiser bater perna na Billabong, oferece um cupom de desconto na loja.

PONTOS NEGATIVOS :/

Localização: Fica longe de mercados e da maioria dos restaurantes. Se você precisa comprar algo numa Clicks ou Checkers, tem que andar bastante.

RAPIDINHAS

– Ok, vamos conversar sobre tubarões. A única vez em que ouvi falar neles foi quando a japonesa do meu quarto voltou do mar e disse ter visto um golfinho.
“Achei que era um tubarão perto da prancha”, disse.
Só isso. Relaxe.

– A famosa pintura do “we ‍<3 J-Bay” fica perto do Island Vibe, entre a praia e o quarteirão das lojas de outlet.

Muro/pintura em Jeffreys Bay

– No caminho para o jogo, fui conversando sobre futebol com o francês Sami, torcedor do Bordeaux que estava estudando em Muizenberg. O papo foi de Vasco à torcida do Monaco, passando pelos brasileiros do time dele e os jogos ruins do Francesão que passam com destaque por aqui.

– Sobre o jogo: nosso time ganhava – graças à minha atuação na defesa.
No segundo tempo, porém, o gramado esburacado fez uma vítima: meu tornozelo esquerdo. Fim de jogo pra mim. Levamos uma virada no final, a partida terminou 10 a 9 para eles, e ainda convivi com essa dor por meses depois da viagem. Mas valeu. Muito.

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