Diário do intercâmbio: Castle of Good Hope

Os domingos de inverno tendem a ser um dia de preguiça em Cape Town. Com tanto frio e vento, a única alternativa parece ser o Waterfront, um dos poucos lugares que ficam abertos na cidade. Foi tentando mudar um pouco essa rotina que acabei parando no Castle of Good Hope no início de setembro.

Essa mistura de forte e castelo é a construção sul-africana mais antiga ainda de pé. Propridade do Exército, conta com três museus – os únicos que abrem no domingo.

GHOSTBUSTERS

As fotos são permitidas apenas fora dos museus

O castelo tem um quê de cenário do Chapolin, com aqueles quadros e móveis do século XVII. Tudo meio escuro, dando a impressão de que seus amigos sumirão de repente, e você só irá encontrá-los no fim do episódio, quando Scooby, Salsicha e cia resolverem o mistério.

Não à toa, o lugar foi tema de um episódio de Ghost Hunters (assista). No programa, os pesquisadores tentaram se comunicar com fantasmas na masmorra e na salas de um dos museus.

Detalhes sobre o “interrogatório”

Outro lugar sinistro-muuuito-sinistro é a câmara de tortura. Não dava nada por aquela portinha escondida no jardim, mas acabou sendo o lugar que mais me chamou a atenção.

Nos seus primeiros 50 anos, o castelo era o centro de tudo na cidade. Além de base da Companhia Holandesa das Índias Orientais, abrigava os tribunais do Cabo. E a câmara de tortura era o lugar onde se conseguiam as confissões. Por bem ou por mal.

As teias de aranha sujas de preto e uma corda pendurada no teto dão um ar ainda mais assustador à sala. Sem dúvidas, foi o ambiente mais pesado que encontrei na África do Sul, mais até do que as celas da Robben Island.

DUCK TALES

Para compensar o momento Jogos Mortais, o Castle of Good Hope conta com dezenas de gansos espalhados pelas suas instalações. A maioria fica nos jardins, mas há muitas aves nos pisos superiores – de onde se tem uma bela vista da Table Mountain, Signal Hill, Lion’s Head e toda a região central.

Quanto aos três museus, o visitante pode ficar meio perdido se não fizer o tour com um guia (disponível apenas de segunda a sábado). Ainda assim, é legal ver objetos bem antigos. Alguns quartos são mantidos da mesma forma que estavam nos séculos XVII e XVIII.

Também gostei de ver alguns quadros que retratavam a Table Mountain e seus arredores naquele tempo. No museu que destacava a presença dos ingleses, há muitas obras retratando embarcações com bandeiras britânicas.

Já o quadro que mais me chamou a atenção foi “The Greatest Hunt in Africa”, que mostrava uma caçada em homenagem à visita do príncipe Alfred. Nesse evento, milhares de animais de grande porte foram agrupados em um vale, e exterminados.

HUP HOLLAND HUP!

O castelo foi construído entre 1666 (eita!) e 1679 pela Companhia Holandesa das Índias Orientais. Em épocas de tempestades, o mar chegava até à sua fachada, na área onde hoje existe a Strand St..

O objetivo inicial dos holandeses era estabelecer uma base de apoio aos navegadores. Afinal, a viagem da Europa ao Cabo era longa, lenta e desgastante, durante a qual muitos tripulantes morriam ou adoeciam.

Assim como o Company’s Garden, 
o Castle é procurado para fotos de noivos

Outra função do Castle of Good Hope era proteger a cidade de eventuais inimigos. O lugar, entretanto, nunca foi alvo de ataques. As batalhas contra os ingleses, por exemplo, aconteceram em Muizenberg e Blaauwberg.

Atualmente, o castelo funciona como uma base militar, além de abrigar os três museus.

SERVIÇO

– O castelo funciona todos os dias, de 9h às 16h (a entrada só é permitida até as 15h30)

– Ingressos: R28 (adultos), R12 (estudantes); aos domingos, o preço promocional é R10 (estou quase certo, mas sei que é muito barato), e estudantes pagam meia.

– Tours com guias: 11h, 12h e 14h (de segunda a sábado)

Site oficial

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