Essa mistura de forte e castelo é a construção sul-africana mais antiga ainda de pé. Propridade do Exército, conta com três museus – os únicos que abrem no domingo.
GHOSTBUSTERS
O castelo tem um quê de cenário do Chapolin, com aqueles quadros e móveis do século XVII. Tudo meio escuro, dando a impressão de que seus amigos sumirão de repente, e você só irá encontrá-los no fim do episódio, quando Scooby, Salsicha e cia resolverem o mistério.
Não à toa, o lugar foi tema de um episódio de Ghost Hunters (assista). No programa, os pesquisadores tentaram se comunicar com fantasmas na masmorra e na salas de um dos museus.
Outro lugar sinistro-muuuito-sinistro é a câmara de tortura. Não dava nada por aquela portinha escondida no jardim, mas acabou sendo o lugar que mais me chamou a atenção.
Nos seus primeiros 50 anos, o castelo era o centro de tudo na cidade. Além de base da Companhia Holandesa das Índias Orientais, abrigava os tribunais do Cabo. E a câmara de tortura era o lugar onde se conseguiam as confissões. Por bem ou por mal.
As teias de aranha sujas de preto e uma corda pendurada no teto dão um ar ainda mais assustador à sala. Sem dúvidas, foi o ambiente mais pesado que encontrei na África do Sul, mais até do que as celas da Robben Island.
DUCK TALES
Para compensar o momento Jogos Mortais, o Castle of Good Hope conta com dezenas de gansos espalhados pelas suas instalações. A maioria fica nos jardins, mas há muitas aves nos pisos superiores – de onde se tem uma bela vista da Table Mountain, Signal Hill, Lion’s Head e toda a região central.
Quanto aos três museus, o visitante pode ficar meio perdido se não fizer o tour com um guia (disponível apenas de segunda a sábado). Ainda assim, é legal ver objetos bem antigos. Alguns quartos são mantidos da mesma forma que estavam nos séculos XVII e XVIII.
Também gostei de ver alguns quadros que retratavam a Table Mountain e seus arredores naquele tempo. No museu que destacava a presença dos ingleses, há muitas obras retratando embarcações com bandeiras britânicas.
Já o quadro que mais me chamou a atenção foi “The Greatest Hunt in Africa”, que mostrava uma caçada em homenagem à visita do príncipe Alfred. Nesse evento, milhares de animais de grande porte foram agrupados em um vale, e exterminados.
HUP HOLLAND HUP!
O castelo foi construído entre 1666 (eita!) e 1679 pela Companhia Holandesa das Índias Orientais. Em épocas de tempestades, o mar chegava até à sua fachada, na área onde hoje existe a Strand St..
O objetivo inicial dos holandeses era estabelecer uma base de apoio aos navegadores. Afinal, a viagem da Europa ao Cabo era longa, lenta e desgastante, durante a qual muitos tripulantes morriam ou adoeciam.
Outra função do Castle of Good Hope era proteger a cidade de eventuais inimigos. O lugar, entretanto, nunca foi alvo de ataques. As batalhas contra os ingleses, por exemplo, aconteceram em Muizenberg e Blaauwberg.
Atualmente, o castelo funciona como uma base militar, além de abrigar os três museus.
SERVIÇO
– O castelo funciona todos os dias, de 9h às 16h (a entrada só é permitida até as 15h30)
– Ingressos: R28 (adultos), R12 (estudantes); aos domingos, o preço promocional é R10 (estou quase certo, mas sei que é muito barato), e estudantes pagam meia.
– Tours com guias: 11h, 12h e 14h (de segunda a sábado)