Durban: o salto do alto de um estádio da Copa de 2010

Tem sempre algo para fazer em Durban. A atividade mais divertida? O Big Rush swing, nome oficial do salto lá do alto do estádio Moses Mabhida.

Não se assuste com o nome. Apesar de ele fazer com que mentes menos inocentes imaginem uma troca de casais que conta pontos para o X-Games, é um programa de família. Chamado de pêndulo na matéria da Cris Dias para o Esporte Espetacular, trata-se do salto de uma plataforma no alto do estádio usado na Copa do Mundo de 2010.

Reservando o Big Rush

Você pode reservar pelo site ou direto na recepção, que fica no próprio estádio, perto dos restaurantes. Não aceitam dinheiro, só cartão.

Depois que o horário do salto é definido, o cliente deixa seus pertences no guarda-volumes e coloca os equipamentos de segurança. Quem nunca fez nada parecido – meu caso – pode até duvidar da eficiência deles: “É isso que vai me manter vivo? Ah, tá”, pensei. Relaxa! Pode confiar.

Em seguida, rola um pequeno treino num tablado, para ensinar como se deve sair da plataforma. No “simulado”, falam para segurar com as duas mãos na corda, mas os caras lá de cima dizem que dá pra saltar sem fazer isso. Tentarei este jeito mais “radical” da próxima vez.

Estádio Moses Mabhida - Durban, África do Sul
Um dos arcos do estádio Moses Mabhida. A escada para a plataforma do swing fica do outro lado.

A hora mais difícil

Saímos do escritório e partimos para o arco do estádio. Olhei pra cima e aí começou bater um minicagaço. Tínhamos que subir centenas de degraus e não dava pra ver o fim do caminho.

Foi a parte mais desafiadora do dia. Você sobe preso ao corrimão por uma corda. Chato mesmo era o vento forte e gelado. Baita teste para o sistema imunológico de um cara que estava de ressaca e só havia comido junk food naquela cidade.

Sem volta

O ponto final da subida é quase no topo, de onde se tem uma vista espetacular de Durban. O sol havia aparecido e pude ver um pouco de beleza na cidade.

Naquele ponto, você deixa o arco, desce uma escadinha sem-vergonha e chega à plataforma. Minha linguagem corporal não mente nos vídeos. Se, por um lado, havia atingido um nível histórico de cagaço, estava orgulhoso chegar tão longe, mesmo tendo medo de altura.

Fui caminhando pelo caminho estreito com todo aquele vento me sacudindo. Fiquei tenso durante as instruções dos caras. Estava preocupado com a corda.

“Essa corda… Eu não vou conseguir segurar! Eu não vou ter força! Peraí, deixa só eu achar uma forma de segurar. Ela tá muito solta”, disse.

Salto/bungee - Estádio de Durban, África do Sul
A vista da plataforma no alto do estádio de Durban

Contagem regressiva

Quando o chilique terminou, veio a contagem regressiva sem churumelas. “Trrri, two, one.” E lá fui eu, sem hesitar.

Começa com 60 metros de queda livre. Só lembro de me sentir como um saco de batatas caindo, sem nada pra me segurar. Enquanto gritava de desespero, entendi que precisava curtir. A graça era me deixar levar. Eu não tinha controle sobre nada.

Aí, vem um tranco na corda, e você voa pra frente, até o outro gol – onde, naquele dia, estavam montando o palco do John Legend.

Nessa hora que me senti seguro e, enfim, pude relaxar. Olhava para a arquibancada colorida, vazia e silenciosa. A cabeça sacudiu tanto que comecei a gritar“BraZil”, com “z”. Pedro, por que isso? E aquele eco impressionante me incentivava a gritar mais e mais.

Enquanto ia de uma área à outra, a velocidade diminuía. A sensação de flutuar sobre um campo de futebol é espetacular. Curiosamente, o mesmo lugar onde eu assistira ao jogo entre África do Sul e Sudão na véspera.

Salto no estádio de Durban - Swing Jump - África do Sul
Vendo a arquibancada do alto. Essa foi a hora em que me içavam de volta para a plataforma.

Viver para contar

O swing jump foi um tipo de programa inédito pra mim. Até então, minha maior injeção de adrenalina tinha sido pegar a Linha Vermelha de madrugada, voltando para o Rio de carro.
Saí da plataforma pensando: “essa merda vicia”. Fiquei feliz por ter superado um medo sem hesitação. O tal “adrenaline fix” faz você achar que um salto assim foi pouco, e querer mais daquilo. Que belo treino para o bungee, meus amigos.

Rapidinhas

– Ventava MUITO forte naquele dia. Apenas mais um grupo depois do meu foi para a plataforma. Os demais saltos do dia foram cancelados.
– Também por causa do tempo, o SkyCar – bondinho que faz um passeio pelo outro lado do arco do estádio – não funcionou durante todo aquele domingo.
– O staff é bem atencioso e bem humorado. A única falha talvez seja a qualidade do vídeo. Treme e mostram muito pouco do principal. Só consegui assistir quando voltei para o Brasil e fiquei bem decepcionado com o que vi.
– É uma funcionária que filma o salto da escada. Não há câmeras espalhadas pelo estádio, como fazem na Bloukrans Bridge.
– Por outro lado, não havia nenhuma restrição para o uso da GoPro.

SERVIÇO

Big Rush Swing
Preço: 695 rand, apenas em cartão de crédito
O dvd com vídeo é pago à parte.
Local: Estádio Moses Mabhida
Dias/horários: Segunda a sexta: 9h30-16h30 / Fim de semana: 8h-17h
Idade mínima: 10 anos

Sites úteis:
Big Rush
Site Oficial do Moses Mabhida Stadium

Veja também:

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O pêndulo do estádio de Durban: Como foi a segunda vez

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