Safári na África do Sul: game drives no Kruger National Park

No segundo post sobre o Kruger National Park, o destaque fica por conta da experiência de ficar perto de tantos animais circulando livremente.

LEIA MAIS: Como reservei o safári no Kruger

Antes de tudo, preciso explicar o que é um game drive. Trata-se do passeio guiado que você faz para ver os animais. Traduzindo: o filé mignon do safári. Aquilo que faz você viajar lá para perto da fronteira com Moçambique.

No meu caso, optei por dormir em Joanesburgo na primeira noite na África do Sul e partir cedo para o parque na manhã seguinte. Uma van passou no meu hostel, o Bob’s Bunkhouse, por volta de 8h. Depois, buscou mais um casal de australianos e uma alemã. Chegamos no Skukuza Rest Camp, dentro do Kruger, pouco depois das 15h.

Aperitivo do Kruger

O caminho até o Kruger apresenta várias paisagens diferentes. Das minas de carvão perto de Joanesburgo às vaquinhas magras atravessando a estrada na província de Mpumalanga. Atravessamos algumas pequenas cidades mais pobrezinhas. E todas tinham um KFC.

Há também os pinheiros, que formam desenhos incríveis, e o estádio de Nelspruit, utilizado na Copa de 2010. Sua estrutura se destaca no meio do nada.

Fizemos uma única parada. Foi no posto de gasolina Total Alzu. Ele conta com restaurantes e um mini-zoo, com rinocerontes tristes e zebras.

Entretanto, senti que estava, de fato, a milhas e milhas distante do meu amor quando passei por um terminal de vans e, entre as placas com seus respectivos destinos, vi “Moçambique”.

Enfim, Kruger

Depois de passar pelo portão do Kruger em Skukuza, almoçamos rapidamente e deixamos as bagagens em nossos huts. O primeiro game drive estava marcado para as 16h.

Nessa estreia, fiquei no caminhão de 15 lugares. Havia muitos mosquitos no veículo – o que não se repetiu nos games seguintes. E, como esfria muito quando o sol se põe, cada assento tinha uma manta.

Quem quebrou o gelo e fez o primeiro contato foi o grupo de impalas à beira da estrada. São os animais que você encontra com mais frequência. Por isso, não demora muito para os rangers (os guias, que dirigem os veículos e procuram pelos bichos) nem pararem mais para observá-los.

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Aos poucos, as grandes estrelas começaram a aparecer. Rinocerontes, búfalos, elefantes… Infelizmente, só via a bunda da maioria. Mas, foi divertido mesmo assim.

O ranger que nos guiou no primeiro game não era muito bom. Não parava o caminhão nos melhores lugares e suas explicações não eram muito claras. Poderia até ficar estressado, mas o primeiro pôr do sol “Hakuna Matata” da vida me anestesiou.

Caiu a noite e só vimos um felino. Não era dos famosos, e não consegui entender seu nome. Não tive a sorte da Tabata, que viu leões.

Admito que ficou uma sensação de “poderia ser melhor”, mas o divertido jantar compensou aquele princípio de frustração. O melhor foi descobrir que todo mundo naquela animada mesa estaria junto nos games do dia seguinte.

Enfim, um safári nota 10

Fiquei impressionado com o sol brilhando às 4h da manhã. Já às 5h, hora que devia chegar à tenda, me senti às 10h na 25 de Março. Que lua!

Após um desjejum com maçãs, café e leite, partimos para o primeiro game do dia. A sorte estava do nosso lado. Mal saímos e nos deparamos com girafas pertinho da pista.

E tudo seguiu muito bem naquela manhã de tempo perfeito por cerca de três horas. É engraçado como se roda pelo parque. São 20 km em uma direção, 15 km em outra. Pensando nas ruas do Rio, imagino que tenha ido do Grajaú à Barra algumas vezes a cada game drive.

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Apesar das distâncias, tinha a impressão de que os passeios não eram tão longos, já que o clima naquele veículo 4×4 era muito bom e as surpresas apareciam a todo momento.

O guia neste segundo dia era o Dirk, muito melhor que o do dia anterior. Parecia bem mais preparado. Tanto que conseguiu avistar um pequeno lagarto azul e até aquele besouro que empurra uma bolinha de fezes, o dung beetle.

Além das incríveis girafas e warthogs (o Pumba!), o destaque da manhã foi o Lake Panic. À primeira vista, um lugar sem graça. Lago parado, cheio de pássaros. Só isso. Aí, do nada, dois crocodilos saíram da água. E consegui registrar aquele “momento Discovery” em vídeo.

O “céu de Photoshop” do Kruger

No game da tarde, o sol não estava tão forte, mas o calor continuava. Nossa primeira parada foi num morrinho que lembrava o da apresentação do Simba. Ali, era inevitável fazer referências a “Rei Leão”.

Enquanto ele, o rei, não aparecia, fui fazendo a festa com imagens de pássaros, zebras, mais girafas… E consegui algo que sonhava: uma imagem de elefante cruzando a pista.

Eu, que já estava feliz, fiquei eufórico quando avistamos o primeiro leão. Ele estava deitado, dormindo, mas era um leão fora do zoológico, ora!

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Seguimos em frente e, na volta, paramos para observá-lo. Agora, havia uma dupla de leões deitada no local. Foi aí que aquela sorte de safári apareceu e um deles levantou a cabeça.

Belo jeito de encerrar meu último game. Quer dizer, o inocente aqui não sabia que a chave de ouro estava no caminho de volta para o acampamento. O céu mais bonito que já vi na vida. Obrigado, África do Sul!

Comendo no Kruger

O almoço era a única refeição não incluída no pacote. No segundo dia, comprei uma costela no restaurante de Skukuza e fui comer na beira do rio. A cada garfada, um olhar demorado pra contemplar a paisagem.

Já o segundo e último jantar na tenda teve muita conversa boa, vinho e comida de qualidade. O prato principal foi bife de avestruz com batatas e legumes.

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Rota Panorâmica/Panorama Route

O pacote que contratei incluía o Panorama Route no último dia. Ele passa pela região montanhosa da provícia de Mpumalanga, incluindo no roteiro algumas cachoeiras e um mirante perto da cidade de Graskop. Lá, é feita uma parada para café da manhã.

Infelizmente, o tempo estava péssimo. Com isso, não vi cânion nenhum lá da God’s Window. Ao menos, o nevoeiro não cobriu as Lisbon Falls e as fantáticas Berlin Falls.

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Valeu?

A conclusão é que o safári vale muito a pena. Comeu boa parte do dinheiro da minha rescisão no antigo trabalho, e compensou o investimento.

Penso, no entanto, que seja preciso entrar no espírito da coisa para não se decepcionar. A sorte exerce um papel maior do que a gente gostaria. Não encare como bingo, apenas relaxe e contemple o que a África do Sul tem a oferecer.

Não faça como quem foi à Copa do Mundo sem ser torcedor de futebol. Aquele que chegava no assento depois do apito inicial e saía para fazer compras antes do intervalo. Vá ao Kruger e devore o espetáculo do início ao fim. Esse é o segredo.

Veja também:

Reservando o safári no Kruger National Park

Big Five, safáris e Kruger: a tática Zeca Pagodinho

7 comentários

  1. Lindas fotos! Estou me inspirando em você para voltar à África como turista. Também fui a primeira vez como intercambista e não consigo me imaginar passando férias em outro lugar por agora. Me dá um pouco de insegurança de ir sozinha, gostaria (caso você tenha tempo) de que você falasse sobre isso, se você estava soznho, se ainda tinha muitos contatos por lá. Obrigada por matar um pouco minha saudade.

  2. Oi, Livia!
    Que honra inspirar sua próxima viagem!
    Sim, eu estava sozinho o tempo todo. Fiz amizades pelos backpackers e Baz Bus.
    Vou fazer um post sobre isso, boa ideia!
    Se tiver mais dúvidas, manda um e-mail (pleonardo84@yahoo.com.br) ou uma inbox lá na página do Facebook.

  3. Oi Pedro, que relato incrível! Dei até uma choradinha, esse passeio deve ser maravilhoso demais!
    Queria saber se vc ainda lembra (ou poderia passar o contato) do pacote do safari. Estou planejando ir pra África do Sul e quero muito fazer o safari que chega no Kruger de carro. Exatamente como você contou no post.
    Se puder passar, agradeço muito! Obrigada!

  4. Olá! muito linda sua experiência, obrigada por compartilhar! eu vou em setembro e estou ficando maluca com os preparativos! rs.
    Por favor consegue me ajudar com uma informação?. Eu reservei hospedagem dentro do parque. Mas onde contrato os games drives?. Preciso reservar agora ou chegando la? Obrigada!!! Juliana

    • Oi, Juliana!
      Dá pra reservar lá, mas, pra garantir, melhor providenciar com antecedência.
      É possível fazer isso com a safari.com (a agência que cuidou de tudo no meu safári) e acho que também pelo site da SanParks, que administra os parques nacionais da África do Sul.

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